pessoas – KER Innovation https://keroinovar.com.br Mon, 30 Dec 2024 05:18:08 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 ESG e a ressignificação da governança corporativa https://keroinovar.com.br/esg-e-a-ressignificacao-da-governanca-corporativa/ Tue, 26 Mar 2024 21:37:19 +0000 https://keroinovar.com.br/?p=4237 A governança corporativa deve ser repensada, ressignificada e ampliada para responder aos desafios impostos pela agenda ESG

Por Mauro Carrusca

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Revista Inforuso especial de 40 anos traz matéria assinada por Mauro Carrusca


Na matemática, umas das maneiras de demonstração de um teorema é a “demonstração indireta por redução ao absurdo”, que consiste em demonstrar, usando as regras de inferência e as regras de equivalência, que a falsidade da afirmação produziria um absurdo.

Relembro essa regra para mostrar que às vezes é mais fácil entender um conceito mostrando o que NÃO faz parte do conceito em questão.

Para entender o conceito ESG é fundamental compreender que não se trata de abraçar árvores, não é assistencialismo ou filantropia, não é caro e complicado e, principalmente, não pode ser um “faz de conta” (ESG washing), pois isso é um grande risco para o negócio, para a sociedade e para o planeta.

ESG é algo maior e tem a ver até com a reconexão com o propósito da empresa, com seu modelo de negócio e proposta de valor no contexto atual.

Neste artigo, mostro a importância de repensar os princípios da gestão e da governança corporativa para que ela represente o pilar “G”, do acrônimo ESG.

A revolução digital mudou consideravelmente a nossa maneira de viver, trabalhar, relacionar e ver o mundo. O comportamento das pessoas, seja na situação de líderes, gestores, colaboradores, consumidores ou cidadãos – empoderados pela tecnologia -, está exigindo um novo entendimento, assim como posturas, relações e ações concretas por parte das organizações.

Tudo mudou, não dá mais para usar modelos antigos. Portanto, o conceito de governança também precisa ser repensado, reenquadrado e, sem dúvida, ampliado para refletir uma maior transparência das organizações. Precisamos de uma governança que dialogue com uma gestão mais horizontal e que ajude a promover justiça social, equidade, diversidade e inclusão, que abranja a agenda ESG de forma transversal.

Nesse movimento, é preciso também repensar a cultura organizacional, pois ela deve ser realinhada para uma cultura da inovação que abrace também essas práticas. Pois, cultura é o que garante a consistência. Não é sobre o que fazemos, mas sobre o que deixamos de fazer.

Clique neste link para ler na íntegra o artigo publicado na edição especial de 40 anos da Revista Inforuso

#ESG #governançacorporativa #governançacolaborativa #culturadeinovação

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O “terceiro homem” somos todos nós https://keroinovar.com.br/o-terceiro-homem-somos-todos-nos/ Tue, 11 Apr 2023 21:50:10 +0000 https://keroinovar.com.br/?p=3194 A missão Apollo 11 é emblemática para mostrar que em uma equipe cada componente é fundamental. A coragem, a acurácia, o talento, a colaboração e a entrega de cada um, que aqui é entendido como o “terceiro homem”, é que fazem uma missão ser um sucesso (ou não).

Na KER, chamamos esse esforço de inovação colaborativa.

Por Márcia Vieira e Mauro Carrusca

10/04/2023

Resgate astronautas da Apollo 11 – Foto NASA

Pense em um aeroporto em pico de demanda sem controladores de voo. Imagine uma cirurgia longa e delicada sem anestesista, enfermeiros, instrumentistas. Visualize o restaurante mais requintado sem hostess, maitre, garçom, auxiliar de cozinha. Nenhuma dessas empreitadas funciona sem uma máquina de pessoas, cada uma devidamente preparada para desempenhar um papel, orquestrando um espetáculo para causar a melhor experiência em nós.

Em uma narrativa brilhante e visceral, o pianista Joe, do livro O pianista da estação, de Jean-Baptiste Andrea e Julia da Rosa Simões, lembra o papel do astronauta Michael Collins, que ficou conhecido como o “terceiro homem” da equipe da Apollo 11, que visitou a lua pela primeira vez, em 20 de julho de 1969.

Todo mundo se lembra do primeiro homem a pisar na lua: Neil Armstrong. Aprendemos isso na escola. Com alguma condescendência, lembramos do segundo homem: Edwin Aldrin. Mas o terceiro? Va lá… Em As 22 Leis Consagradas do Marketing, sucesso nos anos 1990, Al Ries e Jack Trout facilmente justificariam que o mundo é de quem chega primeiro. Será?

Da esquerda para a direita: Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin. (NASA / Comunicado/Getty Images)

O papel decisivo do terceiro homem

Era o terceiro homem que pilotava o módulo Columbia, orbitando a lua, no momento que seus companheiros davam a famosa caminhada em solo lunar, protagonizando o famoso “One small step for a man, one giant leap for mankind”. Era Collins que esperava atento dentro de um cone de metal lançado a 5.700 quilômetros por hora, o momento mais delicado da missão: resgatar os companheiros num ponto do espaço do tamanho de uma cabeça de alfinete.

O menor erro, um nervosismo, uma hesitação, um erro de cálculo e o Columbia poderia colidir no módulo lunar, ou perdê-lo. Se Collins falhasse, não teríamos a volta gloriosa da expedição à Terra. Sem dúvida, a história teria sido outra. Mas, sobrevoando a face oculta da lua, “durante 47 minutos, sem qualquer possibilidade de comunicação com o resto do mundo”, Michael Collins cumpriu com a máxima eficiência e precisão seu papel.

De acordo com a Nasa, cerca de 400 mil cientistas, entre engenheiros, projetistas e matemáticos, trabalharam, direta ou indiretamente, no projeto Apollo, refletindo o grande número de sistemas e subsistemas necessários para as missões. Pessoas de diferentes empresas e perfis colaborando para “alcançar milagres técnicos e superar batalhas burocráticas, contratempos e tragédias assustadoras”.

8 outras missões tripuladas e não tripuladas precederam a Apollo 11. Uma delas, a Apollo 1, inclusive resultou na morte de três astronautas em um incêndio causado por uma falha elétrica no interior da cápsula em que estavam. Dois outros astronautas também perderam suas vidas em acidentes ao longo do programa. (Leia a história completa aqui)

Inovação é sobre pessoas, gente de carne e osso!

Relembramos esta belíssima história para mostrar a importância da equipe e da colaboração, sobretudo em projetos de inovação. Como todos sabemos, as coisas só acontecem porque equipes trabalham arduamente. A coragem, a acurácia, o talento, a colaboração e a entrega de cada um é que fazem uma missão ser um sucesso (ou um fracasso com o qual se aprende).

Peter Drucker falava que “Gestão é sobre seres humanos. Sua tarefa é tornar as pessoas capazes de desempenho conjunto”. O mesmo se aplica à inovação. Inovação é sobre relações baseadas em confiança e transparência, é sobre aprendizado contínuo com os acertos, falhas e insucessos, é sobre superar barreiras, perseverar frente a dificuldades imensas e vencer batalhas. E isso não se faz sem empatia, paciência, criatividade, experimentação, estímulos, persistência… Recorrendo a Nietzsche:humano, demasiado humano.

Em times e squads, é comum um gestor ter de gerir pessoas sobre as quais não tem nenhuma autoridade formal. Por isso, mais do que nunca, soft skills são necessárias para despertar o que há de melhor nas pessoas, captar sua atenção, convencê-las, motivá-las e mantê-las no jogo. Na KER, chamamos esse esforço de inovação colaborativa, um jeito de unir mentes em torno de um propósito e usar a inclusão e a diversidade como alavancas para transformar a organização, o mercado, o planeta, o futuro.

O talento de diferentes músicos é que faz a beleza de uma orquestra.

Seja em um projeto de redução de custos, seja em um projeto de mandar o homem (ou a mulher) ao espaço, seja em equipes de 3 ou em equipes de 10 mil, nunca podemos perder de vista que estamos falando de pessoas, cada uma com a sua singularidade, seus sonhos, crenças, valores, timing. Numa equipe, todas desempenham um papel importante. O terceiro homem foi fundamental para dar suporte ao primeiro e ao segundo. E para dar suporte à missão, milhares colaboraram.

Por isso, equipes não podem ser um simples ajuntamento de pessoas.

É importante ter critério, metodologia e sensibilidade na sua formação. Levantamentos da HBR mostram que “10% concordam com a composição do seu time” (Diane Coutou- HBR, 2009) e “75% da equipe multifuncional é disfuncional” (Behnam Tabrizi, HBR, 2015). Mecanismos para conectar e engajar pessoas fazem toda a diferença. As ferramentas desenvolvidas pela KER Innovation e que compõem a metodologia para se chegar à inovação colaborativa levam em consideração essas e outras questões.

Quantos “terceiros homens”, embora com papeis críticos, ficam totalmente anônimos e invisíveis nos pequenos e grandes feitos nas empresas?

Para terminar

Para tocar a alma e o coração das pessoas, gestores precisam mais do que quadros de missão, visão e manuais de compliance. Se formos capazes de fazer as pessoas se apaixonarem pelo propósito e trabalharem juntas, elas poderão começar a pensar diferente, arriscar suas carreiras, arregaçar as mangas e implementar ideias que podem literalmente mudar o nome do jogo.

Afinal, num mundo de mudanças rápidas e incertezas, apenas grandes inovações serão capazes de criar riqueza.

Quer conhecer mais sobre inovação colaborativa e como implementá-la na sua empresa?

Marque um bate papo com nossa equipe. Teremos prazer em conversar com você.

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Em tempo: Como o ESG implica em uma mudança cultural, a inovação colaborativa é aplicável na conscientização e implantação de projetos ESG.

#inovacao #colaboracao #inovacaocolaborativa #pessoas #felicidade #desenvolvimentodepessoas #apollo11 #terceirohomem #missaoalua

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Workplace híbrido e digital https://keroinovar.com.br/workplace-hibrido-e-digital/ Tue, 23 Nov 2021 21:19:05 +0000 https://keroinovar.com.br/?p=3044 O workplace caminha para ser híbrido e cada vez mais digital. Mauro Carrusca será painelista no Digital WorkPlace Fórum 2021, que acontece nos dias 24 e 25 de novembro. Discutirá modelos de trabalho colaborativo, novas plataformas de conexão e interação e os desafios para o trabalho em um mundo cada vez mais digital.

A 3ª edição do Digital WorkPlace Fórum reunirá um conteúdo especialmente preparados para orientar os líderes de negócios, de gestão de pessoas, governança, tecnologia, comunicação, facilities, plataforma de trabalho, soluções de workforce, inovação, entre outros.

Refletir sobre o trabalho colaborativo é fundamental. No entusiasmo com o retorno do trabalho remoto, os líderes empresariais correm o risco de realmente aumentar a desconexão entre eles e seu pessoal. O retorno ao local de trabalho é uma chance de criar um modelo operacional novo, colaborativo, mais eficaz, que funcione para empresas e pessoas.

Pesquisas mostram que o colaborador prefere trocar de emprego ao ter que retornar ao modelo de trabalho anterior. Muitos estão sendo contratados independentemente da localização geográfica para onde se mudaram na pandemia.

O desafio das empresas é estimular o senso de pertencimento, de colaboração, preservar valores da companhia, estimular a inovação e criar um ambiente inclusivo.

Participarão do painel Guilherme Almeida de Menezes, consultor em Engenharia de Software do CESAR, Maucir Nascimento, cofundador da Speedio, Mauro Carrusca, CEO & Fundador da KER Innovation e Adriano Marcandali, diretor regional LATAM Workplace from Meta (Facebook)

O evento será online. Conheça a agenda.

Informações e Inscrições.

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ESG no AgroFuture Summit https://keroinovar.com.br/mauro-carrusca-discute-esg-no-agrofuture-summit/ Thu, 30 Sep 2021 20:58:19 +0000 https://keroinovar.com.br/?p=2846 Como a inovação colaborativa e as tecnologias emergentes podem impulsionar a adoção da agenda ESG no agronegócio? Esse é o tema que será discutido por Mauro Carrusca no AgroFuture Summit. O evento está sendo promovido pelo Sistema Faemg, Sebrae-MG e Governo de Minas Gerais.

O AgroFuture Summit é um dos maiores eventos do país com foco em inovação e tecnologia para o agronegócio. Trará grandes nomes da área de inovação do Brasil e do mundo para apresentar debates, cases e experiências do setor do agro. O evento será em formato 100% digital e gratuito e acontece de 6 a 8 de outubro.

Nos últimos anos, as questões ambientais, sociais e de governança (ESG) foram alçadas a um patamar estratégico. E, como o agro é a grande vitrine do Brasil, as propriedades, indústrias, o sistema produtivo e toda a cadeia de valor precisam ser revistos sob uma ótica mais ampla: uma jornada que ajude o negócio não só a criar e sustentar valores e princípios a longo prazo, mas também um modelo que o ajude a gerenciar melhor seus riscos e oportunidades.

Como a governança colaborativa se integra e fortalece os fatores ambientais, sociais e econômicos, passando a ser fundamental na estratégia do negócio? Este é um ponto fundamental na visão de Mauro Carrusca, que apresentará no evento um conteúdo prático, comportamental e motivacional para desafiar os gestores e profissionais do agro a agirem como protagonistas, entendendo que a adoção dos princípios ESG é cultural.

Inscreva-se. Participe do AgroFuture Summit!

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A inovação além da transformação digital https://keroinovar.com.br/a-inovacao-alem-da-transformacao-digital/ Tue, 25 Aug 2020 18:54:17 +0000 https://keroinovar.com.br/?p=2441 Entrevista de Mauro Carrusca à revista Feed&Food: A inovação além da transformação digital

Mauro Carrusca é o entrevistado do mês de setembro da revista Feed&Food, importante publicação do setor do agronegócio focada em proteína animal. O tema foi transformação digital.

Para Carrusca, a inovação vai muito além da transformação digital. Muitas organizações, ao automatizar, digitalizar e integrar processos, acreditam estar fazendo inovação. Para o estrategista, alinhar processos e integrar novas ferramentas e metodologias é obrigação da gestão de qualquer negócio que pretenda continuar relevante. A verdadeira inovação é repensar, renovar, incrementar ou até mudar radicalmente a proposta de valor e o modelo do negócio, considerando as novas variáveis do contexto mercadológico, para atender melhor o cliente da era digital. O cliente é o início e o fim de qualquer processo de inovação.

Frequentemente, a oferta essencial da empresa, seus produtos e serviços devem ser repaginados para atender as demandas e expectativas de um cliente cada vez mais atualizado, exigente e participativo. A combinação de tecnologias existentes favorece muito as organizações que fazem bom uso delas. E, para isso, é fundamental envolver as pessoas e criar uma atmosfera de colaboração.

Clique aqui para ler a entrevista de Mauro Carrusca.

Boa leitura!

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Inovar não é trivial https://keroinovar.com.br/inovar-nao-e-trivial/ Thu, 20 Aug 2020 18:35:07 +0000 https://keroinovar.com.br/?p=1065 Mauro Carrusca    

30/09/2015

“O cemitério está cheio de boas ideias!”

Esta é uma expressão que sempre uso em minhas palestras, conferências e aulas. Por quê?

Para entender isso, veremos que a inovação está ligada ao insight, ao ambiente, à criatividade, a um propósito, à colaboração e articulação e à aceitação do fracasso.

O Insight

O famoso insight ou inspiração aparece diferentemente para cada pessoa. Para uns, na leitura de um texto interessante. Para outros, numa frase ouvida ou simplesmente numa desconexão, quando na prática de seu esporte favorito. Conta-se que quando Einstein ficava frustrado durante os estudos do projeto de relatividade geral, ela pegava seu violino e tocava Mozart até conseguir se reconectar com aquilo que ele chamava de harmonia das esferas.  

Ao aparecer um insight, em geral sentimos aquela comichão, uma sensação de urgência para colocar a ideia em prática imediatamente. Seja para aplicar uma sacada que pode valer um salto na carreira (na correção de um erro, melhoria em um processo, a criação de um produto ou serviço) ou mesmo empreender na criação de um negócio milionário. Isso, com certeza, já aconteceu com você.

Ambiente inovador

Para Isaacson, autor do livro Os inovadores, a inovação ocorre quando sementes maduras caem em solo fértil. O ar que respiramos dentro do ambiente de trabalho pode conspirar contra ou a favor da criatividade. Em outras palavras, ter um ambiente não somente físico, mas envolto de pessoas colaborativas e empreendedoras, com desejo de fazer diferente, influi positivamente no processo de inovação.

Um ambiente refratário ao novo está diretamente relacionado ao baixo índice de inovação. Faz com que muitas excelentes ideias nem mesmo cheguem a ser compartilhadas com chefes, companheiros de trabalho ou amigos. São simplesmente esquecidas e raramente levadas a cabo. Perdem a importância frente às demandas, prioridades e urgências do dia a dia.

Esse ambiente é caracterizado pela incapacidade de as empresas lidarem com projetos discrepantes de seu core, pela falta de orçamento, de pessoal, de lideranças inovadoras, com metas demais e tempo de menos. Para aprofundar no assunto, recomendo a leitura do post “Quer inovar? Acabe com o departamento de inovação” (role a barra) onde discutimos o equívoco de se tratar a inovação como um setor ou departamento.

Criatividade – sozinha, ela não é suficiente

Definitivamente, a era do gênio solitário acabou. A história tem mostrado que avanços não têm apenas uma causa, mas são resultado da sinergia entre capacidades, ideias e necessidades que coincidiram em vários lugares. De fato, essas “coincidências” não são raras. Ocorreram com o desenvolvimento computacional, quando pesquisadores em diferentes lugares do mundo, usando tecnologias diferenciadas, criaram sistemas semelhantes ou complementares e o mesmo aconteceu no desenvolvimento de estudos que originaram a teoria da relatividade.

A maior parte das grandes inovações da era digital nasceu de um efeito combinado da criatividade de indivíduos com equipes que souberam como implementar as ideias deles. Em geral, as boas ideias, quando compartilhadas, são trabalhadas, recompostas, recombinadas. Esse processo de refinamento acaba por testar a eficiência da ideia e torná-la melhor. Esse é um dos grandes diferenciais usados por startups na criação de aplicativos para smartphones, os populares app’s.

Uma ideia é apenas o ponto de partida na jornada da inovação. Levar adiante uma ideia no labirinto de refinamentos e aprovações, até a ideia se transformar em um projeto, ser desenvolvido, testado e, se for o caso, chegar ao mercado, requer habilidade de gerenciamento, uma boa estratégia e muito jogo de cintura. O valor de uma inovação está diretamente ligado ao esforço de seu desenvolvimento.

Concretizar uma ideia requer articulação, organização, orçamento, venda interna e externa da ideia, entre outros. Uma frase atribuída a Thomas Edison ficou popular nos manuais de gestão no século passado e até hoje é repetida à exaustão: “talento é 1% de inspiração e 99% de transpiração.” Essa frase faz todo o sentido para o processo de desenvolvimento da inovação.

Propósito – a morte da “caixa de sugestões”

É preciso estar claro para as pessoas quais são os objetivos estratégicos da organização, para qual direção o mercado está seguindo e qual a proposta de valor que a empresa quer efetivamente entregar ao cliente. As ideias não precisam e nem devem ser convergentes, mas é importante se atentar para o que de fato é relevante e sinalizar o que pode melhorado, dando às pessoas instrumentos flexíveis e colaborativos para proporem ideias e potenciais soluções.

Um ambiente inovador conspira para as pessoas se envolverem e quererem inovar. Mas não há lógica em um bando de pessoas cheias de ideias, cada uma andando em uma direção, muitas vezes desenvolvendo projetos similares e sem nenhuma conexão com os objetivos estratégicos da organização.

Aliás, foi-se o tempo das antiquadas e estáticas caixas de sugestões. Essas caixas foram (e ainda são) usadas para que as pessoas colocassem ideias visando melhorias, mas sem nenhum direcionamento. Como o processo não inclui um foco nas sugestões e uma governança colaborativa acaba por criar descrédito e frustração, pois surgem milhares de ideias que sequer são analisadas, não há feedback para os autores e tampouco implementação.

Existem inovações de diversas naturezas. As inovações incrementais podem ser importantes para melhorar produtos, ampliar mercados, otimizar processos, reduzir custos, entre outros. Por outro lado, muitas empresas estão se dando conta de que precisam competir em diferentes fronts. Todos os dias surgem startups propondo novas maneiras – via de regra mais simples e avançadas – de fazer as coisas. As atividades que fazem parte do seu core devem ser mantidas – embora tenham que ser questionadas de tempos em tempos – mas os gestores devem encorajar e fomentar inovações radicais, que possam confrontar ameaças de parceiros, concorrentes e de produtos ou serviços substitutos.

Exemplo? O UBER usou os avanços do digital e, através de um aplicativo para smartphone, lançou um modelo de negócio que conecta pessoas que precisam se deslocar com motoristas particulares que podem realizar esta tarefa. Tudo isso, com regras claras para ambos. E isso trouxe benefícios para a sociedade: criação de milhares de postos de trabalho, melhoria da qualidade do serviço ao cliente e da mobilidade urbana. O que aconteceu? Presenciamos o aparecimento de um negócio disruptivo, que colocou o negócio táxi em xeque e pegou governos literalmente com as calças nas mãos, pois não havia nenhuma convenção ou lei preparada para este tipo de serviço. A uberização, neologismo para definir modelos de negócios inovadores e disruptivos, vem hoje amedrontando negócios existentes e porque não também os governos.

A importância da colaboração e da articulação

Entender o que significa colaboração passa a ser a chave na constituição de ambientes inovadores. Temos consciência que as pessoas são únicas, tendo comportamentos diferentes frente ao mesmo problema ou desafio. Entre as diversas explicações para isso, podemos citar o comportamento do cérebro – dividido em hemisfério direito (mais emocional) e esquerdo (mais racional e analítico) – e a personalidade, muitas vezes influenciada pelo meio onde o indivíduo vive ou foi criado.

O processo colaborativo, que vai depender também de uma comunicação eficaz, inicia-se na integração das pessoas com foco no desenvolvimento ou mesmo na solução de problemas. A formação de grupos com pessoas vindas de outras realidades (inclusive externas à organização – inovação aberta ou open innovation) possibilita a criação de grupos multidisciplinares, reunindo saberes e complexidades que podem tornar as ideias originais muito mais poderosas. Hoje, com a evolução tecnológica, ficou mais fácil juntar forças com universidades, parceiros, fornecedores e clientes não só para articular projetos inovadores, mas também na busca por soluções para problemas comuns. A inovação aberta propicia que culturas e comportamentos diferentes enriqueçam a discussão, inserindo elementos novos que podem ser decisivos para transformar dificuldades em grandes oportunidades. Um exemplo de colaboração e inovação aberta, já utilizado há bastante tempo, são as plataformas de software livre.

Dentro das organizações, é necessário criar condições para a união de cérebros entre unidades de negócios, setores e áreas para que se produzam inovações que melhorem ou até mesmo revolucionem a empresa.

Mas, isso definitivamente não é possível sem a horizontalização da gestão ou, pelo menos, sem a diminuição do abismo entre a operação e o board, que impede a flexibilidade e a praticidade, desde a ideação até a execução de projetos.

Este desafio é objeto de um profundo estudo realizado por nós que originou a Plataforma KER, um modelo de gestão que propõe a criação de uma cultura da inovação (ambiente inovador) através da inclusão e colaboração.

O fracasso – ele pode e vai inevitavelmente acontecer

Um dos mitos do processo de inovação é achar que todas as ideias podem dar certo e isso é um engano. Quando perguntado se falhou 10 mil vezes no desenvolvimento da lâmpada, Thomas Edison respondeu: “I haven’t failed. I just found 10,000 ways that won’t work.” (“Eu não fracassei. Só descobri 10 mil maneiras que não darão certo.”) 

Em minha opinião, não existem ideias ruins. Todas as ideias são boas e relevantes. Existem casos em que uma ideia dita “ruim” provoca insights e com novas combinações pode transformar-se numa grande solução ou até mesmo num grande negócio.

Para terminar, embora à primeira vista inovação pareça ser consequência certa da aquisição de bons profissionais e de recursos tecnológicos, não se engane: inovar não é coisa trivial. Não existem fórmulas mágicas. Inovação no mundo dos negócios significa “mais dinheiro no caixa”, mas nunca devemos perder de vista o objetivo de melhorar a experiência do cliente (interno ou externo), pois isso será o fator primordial para o sucesso de uma nova ideia e da própria empresa.

O entendimento e uso dos aspectos citados somados a um trabalho dedicado e focado implicará não somente na geração de inovações pontuais, mas na criação de uma cultura da inovação.

Aqui você receberá nossos artigos e convites para eventos.

Tags: Inovação, colaboração, criatividade, pensamento inovador, inovação incremental, inovação radical, ambiente inovador, plataforma KER, caixa de sugestões, tecnologia

Especialista em Inovação, Design Thinking e Empreendedorismo pelo Babson Executive and Enterprise Education  nos Estados Unidos. CEO da Carrusca Innovation.  Atuou na IBM BRASIL e IBM EUA. É diretor de BPM & ECM da SUCESU MINAS, consultor da Fundação Getúlio Vargas, do SEBRAE e Professor do IBMEC.

É o Idealizador do Plataforma KER, um novo modelo de Gestão  com foco na criação de uma cultura da inovação através de uma abordagem inclusiva e colaborativa. Modelo certificado como propriedade intelectual pelo Ministério da  Cultura.

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