Os dados e as pessoas com “mentalidade digital” são o oxigênio para o agro 4.0

Monitoramento, rastreabilidade, previsibilidade e processos inteligentes que geram ganhos de rapidez e assertividade na tomada de decisões. Dados, tanto sob o ponto de vista técnico como de valor estratégico, passaram a ser o novo oxigênio para o agronegócio e vêm sendo tratados com o valor devido por produtores de diversas culturas, entre as quais leite, soja e cana de açúcar. A novidade em relação ao uso de dados e do crescente uso de tecnologias no agro é que isso entrou no radar também dos pequenos produtores rurais.

Dados, tanto sob o ponto de vista técnico como de valor estratégico, passaram a ser o novo oxigênio para o agronegócio

Na semana passada, a SUCESU Minas realizou a 37ª edição da Inforuso, uma jornada incrível de conhecimento que totalizou 120 horas de palestras, painéis, bate papos, demonstrações de metodologias e tecnologias emergentes. Como VP de AgTech, estruturei, juntamente com minha equipe, 2 trilhas e 9 painéis para discutir com produtores, agtechs (startups do setor do agro), entidades, investidores e importantes componentes da cadeia produtiva deste setor que movimenta mais que um quarto do nosso PIB. Foram conversas leves, simples e com um conteúdo extremamente relevante para aqueles que lidam ou vivem do agronegócio e também daqueles que têm vontade de atuar no setor.

A sucessão no campo é uma das mais importantes discussões que permeiam a cadeia de valor do setor. Por isso, criamos a trilha “Geração do Amanhã no Agro” e em quatro painéis conversamos sobre os desafios da atuação e da manutenção do jovem no campo. Contamos com a participação de profissionais relevantes do setor como o Dr. Paulo do Carmo Martins e Wagner Arbex (Embrapa Gado de Leite), Mariana Vasconcelos (AgroSmart, uma das maiores e importantes startups do setor), Sávio Filho (sócio da Volutech, vencedor do Ideas for Milk 2019), Alexandre Almeida (presidente da Itambé Alimentos), Maria Antonieta (Fazenda Palmito), Jacques Gontijo/Pedro Gontijo (Fazenda São Pedro), Christiano Nascif (Superintendente SENAR) e Manoel Mario de Souza Barros (Diretor-executivo do Agronegócio da CIN – Câmara Internacional de Negócios OAB). Entre os aspectos discutidos, fica claro que um dos grandes desafios é olhar para o negócio de uma forma mais contemporânea, considerando a incorporação de novas práticas, tecnologias, sistemas e também novas formas de gerir pessoas e processos para se atingir melhores resultados, traduzidos em produtividade e sustentabilidade do negócio. As conclusões não se esgotaram, é claro, mas vale a pena citar alguns pontos comuns nas discussões:

“Geração do Amanhã no Agro” e em quatro painéis conversamos sobre os desafios da atuação e da manutenção do jovem no campo.

– Como motivar nativos digitais, com fortes referenciais urbanos e heavy users de tecnologia, a se interessarem em atuar, atualizar, agregar valor e expandir negócios do campo?

 – A importância de enxergar a fazenda como um negócio;

– Cultivar um mindset digital aplicado ao campo assim como o uso intensivo de tecnologia nos processos e na gestão (agro 4.0).

Parece óbvio, afinal se usamos tecnologia para jogar, estudar, comprar e para nos relacionar com as pessoas, por que não aplicá-la aos processos da fazenda?

Na trilha “Ciência e Tecnologia no Agro” tivemos 5 painéis. Abrimos a trilha com a Emater-MG, em uma bate-papo com Gustavo Laterza (Presidente) e Feliciano Nogueira (Diretor Técnico), que mostraram a atuação da entidade junto aos agricultores familiares em ações de apoio tecnológico e técnico. Interessante ver também como a entidade vem usando os processos de extensão rural para incluir pequenos produtores no contexto da agricultura 4.0, visto que a agricultura familiar tem um grande peso na produção brasileira de produtos agropecuários.

Com os empreendedores Felipe Morbi (Acrotech), Eduardo Figueiredo (SMB Prime) e Alexandre Vasques (HoloLab), Paulo Spac (Presidente ABINC – Associação Brasileira da Internet das Coisas), Wagner Arbex (Embrapa) e Giovani Stefani (GX2) discutimos a importância da ciência pura no desenvolvimento sustentável do agro e também como tecnologias como IA, VR/AR, Realidade Mista, Blockchain e IoT vêm impulsionando a produtividade de toda a cadeia de valor. Conversamos sobre vários cases como o uso de coleiras e brincos na agropecuária, identificação e manejo no campo usando drones e realidade mista.

O tema “Ciência e Tecnologia no Agro” foi discutida, intensivamente, em 5 painéis.

A geração maciça de dados, aliada ao uso de IA & Analytics, vem gerando valor para tomada de decisões mais assertivas nos processos e nos negócios. O uso destas tecnologias foi mostrado também em cases reais no painel “agricultura familiar também pode ser 4.0”, pelos empreendedores, Daniele Alkmin Carvalho Mohallem (Agrorigem), Frederico Apollo Brito (Elysios Smart Farming ) e Augusto Borges (Agricultor 4.0).

Painel “Tendências e Inovações no Mercado de Energia para Agro”

No painel  de “Tendências e Inovações no Mercado de Energia para Agro”, conversamos com Luiz Fernando Leone Vianna (CEO e Sócio Delta Energia Asset), Rafael González (Presidente Cibiogás) e Rodrigo Regis (Diretor de Inovação Parque Tecnológico Itaipú – PTI), grandes conhecedores do segmento de energia, que trouxeram aspectos interessantes ao debate como atual e tendências na composição da matriz energética brasileira, com ênfase no agronegócio, geração distribuída, geração a partir de fontes renováveis e uso consciente e inteligente da energia.

A matriz energética brasileira está mudando e o agro vem investindo cada vez mais na geração de energias alternativas como Biomassa e Fotovoltaica.

Em 9 painéis, com aproximadamente 10 horas de duração, concluímos que o uso de tecnologia é, sem dúvida, um grande atrativo, mas não o único. Também é importante a abertura do produtor e gestor ao novo, valorizando a competência, o talento, a energia de realizar do jovem, dando-lhe suporte e autonomia para introduzir mudanças em processos. Além disso, é importante e estratégico pensar a propriedade como empresa, levando em consideração todos os aspecto jurídicos. Todos esses fatores são pilares para garantir a sustentabilidade do negócio no futuro.Nós da Sucesu Minas ficamos muito felizes com o resultado. Em 37 edições do Congresso essa foi a primeira vez que trouxemos como tema o agronegócio brasileiro. Sua formatação consumiram várias horas de discussões, reuniões, ponderações e muita dedicação da equipe AgTech: Mauro Carrusca (VP e CEO KER Innovation) e os diretores Marcos Lopes (Gerente Tecnologia Emater MG), Bruno

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