17/set/2024

Neste novo artigo, Mauro Carrusca mostra que o grande desafio para as organizações (que não deveria ser um desafio, mas uma lógica) é entender que a inovação tem a ver com pessoas e, indo mais longe, tem a ver com o estado mental dessas pessoas.

O ambiente propício à geração de inovações não são as salas coloridas com post-its, recheada de artefatos como puffs, jogos etc. Preparar o ambiente para a inovação é preparar o estado mental de cada pessoa que compõe a organização.

Leia aqui o artigo na íntegra

Segundo George Valliant, editor da mais respeitada publicação American Journal of Psychiatry, “(…) diria que a psiquiatria passou décadas centrada na questão da doença mental. Agora o foco mudou para saúde mental”. Valliant faz uma preciosa observação para entender o vigor dessa nova avenida aberta às linhas de pesquisa da mente humana. “Do ponto de vista físico, o contrário da doença é a saúde. Mas, na parte mental, saúde é muito mais do que ausência de sintomas. É ter uma mente que equivale, na biologia, a um corpo musculoso e com capacidade aeróbica”. Ele ainda define uma pessoa mentalmente saudável como alguém em quem se podem identificar as seguintes características:

  • Está em paz com a própria identidade e sentimentos.
  • Está orientada para o futuro e é capaz de se manter produtiva.
  • Tem disposição mental que lhe permite viver bem com o stress.
  • É capaz de perceber a realidade sem distorções e ainda manter a empatia.
  • É capaz de trabalhar, de amar, de se divertir ao mesmo tempo que continua sendo uma pessoa eficiente na resolução de problemas.

O parágrafo acima foi baseado na matéria publicada na revista Veja, de 17 de setembro 2003, com o título: A conquista do equilíbrio da mente. Isso mesmo, há exatamente 21 anos (coincidentemente, hoje é dia 17/09/2024). Nesta data o Iphone nem havia sido lançado e o texto retrata várias consequências e fatos que vimos presenciando causados pelo uso direto, indireto ou mesmo excessivo da tecnologia. Problemas como o stress, burnout, aumento da ansiedade, depressão (muitas vezes provocada pelo uso das redes sociais) e, infelizmente, até suicídios, são hoje frequentes na sociedade em qualquer lugar do planeta. (Nota 1)

Mas, o que isso tem a ver com a inovação nas organizações (e na vida real)?

Minha dedicação ao estudo do impacto da tecnologia no ser humano que se iniciou durante meu curso engenharia eletrônica e a visão de futuro da evolução tecnológica com a consequente democratização do acesso à informação, me dava pistas do que viria pela frente. O grande desafio para as organizações (que não deveria ser um desafio, mas uma lógica) é entender que a inovação tem a ver com pessoas e, indo mais longe, tem a ver com o estado mental dessas pessoas. Essa é uma afirmação que venho defendendo há muitos anos. Nós, seres humanos, somos dotados de um artefato fantástico: o cérebro, que não só tem a capacidade de mudar/influenciar ambientes como ser mudado/influenciado por esses ambientes. O ambiente propício à geração de inovações não são as salas coloridas com post-its, recheada de artefatos como puffs, jogos etc. Preparar o ambiente para a inovação é preparar o estado mental de cada pessoa que compõe a organização.

Não é à toa que softskills vêm sendo consideradas como habilidades preponderantes na contratação e formação de times. Aliás, voltando ao texto da revista veja, recortei mais esse parágrafo:

“Na vida real, as pessoas continuam sendo escolhidas como parceiros, namorados, esposos, sócios ou empregados de empresas com base em seus traços de personalidade – muito mais preponderantes atualmente, em muitos casos, do que a bagagem cultural que acumularam”.

O psicólogo americano Roger Gould (1962–2002), que mantinha uma coluna na revista leiga americana Psychology Today, não tem dúvida disso: “o caráter, em sua acepção mais ampla, engloba a personalidade e não apenas a parte ética. O caráter é mais importante que o intelecto. Foi assim na história humana recente e hoje isso é uma realidade predominante”.

“o caráter, em sua acepção mais ampla, engloba a personalidade e não apenas a parte ética. O caráter é mais importante que o intelecto. Foi assim na história humana recente e hoje isso é uma realidade predominante”.

Nessa linha, Gould mostra como são escolhidos os astronautas da NASA, onde os escolhidos estão entre os melhores pilotos de caça dos Estados Unidos. Em relação ao desempenho técnico todos se equiparam e o que desempata são traços de personalidade muito semelhantes:

  • São capazes de trabalhar em estreita convivência com outras pessoas durante um tempo longo em espaços exíguos. A situação contrária, afeta pouco seu desempenho e humor.
  • Eles confiam nos outros e nunca reclamam de desconforto.
  • Emoções fortes produzem neles reações vigorosas, mas nunca paralisantes.
  • Nunca tomam a iniciativa de falar suas emoções mais íntimas, porém não se furtam de falar quando provocados.
  • Sabem avaliar o estado de espírito das pessoas que os cercam.
  • São ao mesmo tempo agressivos e cuidadosos. Aventuram-se mais, mas se acidentam menos que a média dos pilotos.

Reafirmando, esse texto é de 2003 e, quando pensamos em características de ambientes ou de pessoas inovadoras, o que mudou para 2024?

Na minha visão, a inovação colaborativa pressupõe o caminho para uma gestão mais horizontal, colaborativa, inclusiva, com mais equidade e transparência. Pessoas aptas a participarem, difundirem e cultivarem um ambiente participativo não precisam ser astronautas, mas suas características de personalidade estão muito em linha com exigido pela NASA. Eu resumo essas características em alguns traços fundamentais como: colaboração, entender o que é uma equipe de confiança, audácia (não ter medo de riscos, mas saber medi-los), empatia e compaixão.

Hoje, são cada vez mais comuns que alguns desses traços sejam determinantes para uma vida equilibrada e plena, seja na vida empresarial, seja na família, nos estudos ou na sociedade.

Como disse anteriormente, a inovação depende de pessoas, portanto não existe uma fórmula mágica que se aplica a qualquer organização para a criação de ambientes inovadores, pois as pessoas não são iguais. Mas, podemos, sim, repensar o modelo de gerir o negócio e sua governança para que possamos cultivar, em cada espaço, os traços benéficos de personalidade necessários para desenvolvimento do ambiente propicio à inovação, mas sempre respeitando a cultura organizacional que leva em conta também diferenças culturais geográficas, históricas, de raça, entre outras.

Corrobora essa minha afirmação o estudo realizado por Gould e vários psicólogos americanos, cujas conclusões mostraram que vale a pena investir nos traços de personalidade que valorizem o capital humano. Ou seja, podemos aprimorar traços de personalidade das pessoas para que elas criem o tão sonhado senso de pertencimento e passem a apoiar o processo de inovação. Como? Investindo, além da valorização das pessoas, no reconhecimento.

Esses estudos chegaram a algumas conclusões interessantes:

  • O QI atinge o ponto máximo aos 20 anos de idade e depois tende a cair
  • A experiência profissional conta muito, mas demanda tempo
  • Aumentar o comprometimento no trabalho não é trabalhar mais horas e, aliás, os incentivos gerenciais são para que se trabalhe menos e não mais.

Os estudos mostraram que 75% dos profissionais têm traços de caráter e personalidade que dificultam o exercício de todo seu potencial. Logo, o maior campo de mudança está na personalidade.

Colaboração, compartilhamento de informações, desenvolvimento de equipes de confiança dependem de pessoas com traços de personalidade, caráter e ética que contribuem para a formação de ambientes propícios à inovação. Sem isso, não há tecnologias que evitem o mau uso das informações, o compliance ao LGPD ou quebra de regras organizacionais, isso só para citar alguns exemplos.

O bom é que, repensando nossos modelos antigos de governança e gestão, esse baseado no comando-controle, podemos direcionar a organização para um futuro mais promissor e inovador.

Em tempo:

Propositalmente, em momento nenhum quis citar o uso da inteligência artificial, visto que, como discorremos, tentamos mostrar a importância de características intrínsecas aos seres humanos para criação de ambientes inovadores.

Nota 1:

Já há alguns anos me dedico a estudar para conhecer um pouco sobre o funcionamento e comportamento do nosso cérebro. Faço isso através de leituras e ouvindo experts em neurociência, filosofia, psicologia, física entre outros. Aliás, desde que o mundo é mundo, cientistas dos mais diversos segmentos de estudo vêm estudando o cérebro a fundo e, a meu ver, a cada centímetro que avançamos no seu conhecimento, parece que ele se afasta 1 ano luz! (isso é um ponto para discussão sobre a evolução da IA e seu impacto no ser humano…tema para outro artigo).  Digo isso porque, a matéria que mencionei no texto, eu a tinha lido na semana que saiu a revista (17/09/03). Como estava em linha com o que acreditava, resolvi retirar as folhas e guardá-la e, lógico, perdi. Já há algum tempo vinha querendo encontrá-la para reler. Ontem, 17/09/24, fui procurar um livro para ver um assunto específico e, para minha surpresa, o artigo estava dobrado entre as folhas do livro. Esse é o nosso cérebro, que consegue processar até 2,5 petabytes (2,5 milhões Gigabytes). Em um estudo recente, um grupo de pesquisadores desenvolveu um método para medir a força sináptica, a precisão da plasticidade e o armazenamento de informações no cérebro e descobriram que as sinapses podem armazenar dez vezes mais informações do que se acreditava anteriormente (Neural Computation – MIT: Synaptic Information Storage Capacity Measured With Information Theory). Por algum motivo, há muito tempo, havia um processamento no backstage que estava procurando a resposta e ela veio ontem!

O cérebro é fantástico.

O que você achou? Deixe sua opinião nos comentários e fique a vontade para compartilhar para que mais pessoas possam entender a importância de uma mente saudável.

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Mauro Carrusca é Innovation Strategist | futuristic | Advisor | Board Member |Membro do Conselho de Presidentes MG | ESG Evangelist

A governança corporativa deve ser repensada, ressignificada e ampliada para responder aos desafios impostos pela agenda ESG

Por Mauro Carrusca

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Revista Inforuso especial de 40 anos traz matéria assinada por Mauro Carrusca


Na matemática, umas das maneiras de demonstração de um teorema é a “demonstração indireta por redução ao absurdo”, que consiste em demonstrar, usando as regras de inferência e as regras de equivalência, que a falsidade da afirmação produziria um absurdo.

Relembro essa regra para mostrar que às vezes é mais fácil entender um conceito mostrando o que NÃO faz parte do conceito em questão.

Para entender o conceito ESG é fundamental compreender que não se trata de abraçar árvores, não é assistencialismo ou filantropia, não é caro e complicado e, principalmente, não pode ser um “faz de conta” (ESG washing), pois isso é um grande risco para o negócio, para a sociedade e para o planeta.

ESG é algo maior e tem a ver até com a reconexão com o propósito da empresa, com seu modelo de negócio e proposta de valor no contexto atual.

Neste artigo, mostro a importância de repensar os princípios da gestão e da governança corporativa para que ela represente o pilar “G”, do acrônimo ESG.

A revolução digital mudou consideravelmente a nossa maneira de viver, trabalhar, relacionar e ver o mundo. O comportamento das pessoas, seja na situação de líderes, gestores, colaboradores, consumidores ou cidadãos – empoderados pela tecnologia -, está exigindo um novo entendimento, assim como posturas, relações e ações concretas por parte das organizações.

Tudo mudou, não dá mais para usar modelos antigos. Portanto, o conceito de governança também precisa ser repensado, reenquadrado e, sem dúvida, ampliado para refletir uma maior transparência das organizações. Precisamos de uma governança que dialogue com uma gestão mais horizontal e que ajude a promover justiça social, equidade, diversidade e inclusão, que abranja a agenda ESG de forma transversal.

Nesse movimento, é preciso também repensar a cultura organizacional, pois ela deve ser realinhada para uma cultura da inovação que abrace também essas práticas. Pois, cultura é o que garante a consistência. Não é sobre o que fazemos, mas sobre o que deixamos de fazer.

Clique neste link para ler na íntegra o artigo publicado na edição especial de 40 anos da Revista Inforuso

#ESG #governançacorporativa #governançacolaborativa #culturadeinovação

Mauro Carrusca foi o palestrante convidado pelo Crea Piauí para fazer encerrar a 1ª Conferência Regional da Mulher Engenheira. Com a palestra “Os desafios da engenharia no século XXI”, Carrusca faz reflexões e provocações aos profissionais e futuros(as) profissionais de engenharia sobre os desafios da sociedade que estão exigindo o redesenho da engenharia. A proposta é torná-la mais integrada, inovadora e colaborativa.

Direcionada aos profissionais e futuros profissionais de engenharia, com destaque para as mulheres – que estão conquistando cada vez mais espaço na área -, a palestra focou os desafios, inovações, impactos da revolução digital e o futuro da engenharia.

A primeira edição da Conferência Regional da Mulher Engenheira, promovida pelo Confea e Crea Piauí, reuniu profissionais e lideranças do setor e abordou temas relevantes para as mulheres engenheiras. Entre os destaques: “Os desafios das mulheres engenheiras no gerenciamento de obras civis”, “Os desafios da implantação da gestão ambiental em obras civis” e “A importância do profissional habilitado na área de saúde ambiental e sanitária no Piauí”.

Confira momentos do evento, que contou com a participação do presidente do Crea-PI, Raimundo Ulisses Ulisses Filho de Oliveira, Teresinha Aguiar, coordenadora do Programa Mulher, representantes do Crea Jovem e diversas autoridades do Crea.

#inovação #colaboracao #futuro #engenharia #digital #crea #confea #mutua

A missão Apollo 11 é emblemática para mostrar que em uma equipe cada componente é fundamental. A coragem, a acurácia, o talento, a colaboração e a entrega de cada um, que aqui é entendido como o “terceiro homem”, é que fazem uma missão ser um sucesso (ou não).

Na KER, chamamos esse esforço de inovação colaborativa.

Por Márcia Vieira e Mauro Carrusca

10/04/2023

Resgate astronautas da Apollo 11 – Foto NASA

Pense em um aeroporto em pico de demanda sem controladores de voo. Imagine uma cirurgia longa e delicada sem anestesista, enfermeiros, instrumentistas. Visualize o restaurante mais requintado sem hostess, maitre, garçom, auxiliar de cozinha. Nenhuma dessas empreitadas funciona sem uma máquina de pessoas, cada uma devidamente preparada para desempenhar um papel, orquestrando um espetáculo para causar a melhor experiência em nós.

Em uma narrativa brilhante e visceral, o pianista Joe, do livro O pianista da estação, de Jean-Baptiste Andrea e Julia da Rosa Simões, lembra o papel do astronauta Michael Collins, que ficou conhecido como o “terceiro homem” da equipe da Apollo 11, que visitou a lua pela primeira vez, em 20 de julho de 1969.

Todo mundo se lembra do primeiro homem a pisar na lua: Neil Armstrong. Aprendemos isso na escola. Com alguma condescendência, lembramos do segundo homem: Edwin Aldrin. Mas o terceiro? Va lá… Em As 22 Leis Consagradas do Marketing, sucesso nos anos 1990, Al Ries e Jack Trout facilmente justificariam que o mundo é de quem chega primeiro. Será?

Da esquerda para a direita: Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin. (NASA / Comunicado/Getty Images)

O papel decisivo do terceiro homem

Era o terceiro homem que pilotava o módulo Columbia, orbitando a lua, no momento que seus companheiros davam a famosa caminhada em solo lunar, protagonizando o famoso “One small step for a man, one giant leap for mankind”. Era Collins que esperava atento dentro de um cone de metal lançado a 5.700 quilômetros por hora, o momento mais delicado da missão: resgatar os companheiros num ponto do espaço do tamanho de uma cabeça de alfinete.

O menor erro, um nervosismo, uma hesitação, um erro de cálculo e o Columbia poderia colidir no módulo lunar, ou perdê-lo. Se Collins falhasse, não teríamos a volta gloriosa da expedição à Terra. Sem dúvida, a história teria sido outra. Mas, sobrevoando a face oculta da lua, “durante 47 minutos, sem qualquer possibilidade de comunicação com o resto do mundo”, Michael Collins cumpriu com a máxima eficiência e precisão seu papel.

De acordo com a Nasa, cerca de 400 mil cientistas, entre engenheiros, projetistas e matemáticos, trabalharam, direta ou indiretamente, no projeto Apollo, refletindo o grande número de sistemas e subsistemas necessários para as missões. Pessoas de diferentes empresas e perfis colaborando para “alcançar milagres técnicos e superar batalhas burocráticas, contratempos e tragédias assustadoras”.

8 outras missões tripuladas e não tripuladas precederam a Apollo 11. Uma delas, a Apollo 1, inclusive resultou na morte de três astronautas em um incêndio causado por uma falha elétrica no interior da cápsula em que estavam. Dois outros astronautas também perderam suas vidas em acidentes ao longo do programa. (Leia a história completa aqui)

Inovação é sobre pessoas, gente de carne e osso!

Relembramos esta belíssima história para mostrar a importância da equipe e da colaboração, sobretudo em projetos de inovação. Como todos sabemos, as coisas só acontecem porque equipes trabalham arduamente. A coragem, a acurácia, o talento, a colaboração e a entrega de cada um é que fazem uma missão ser um sucesso (ou um fracasso com o qual se aprende).

Peter Drucker falava que “Gestão é sobre seres humanos. Sua tarefa é tornar as pessoas capazes de desempenho conjunto”. O mesmo se aplica à inovação. Inovação é sobre relações baseadas em confiança e transparência, é sobre aprendizado contínuo com os acertos, falhas e insucessos, é sobre superar barreiras, perseverar frente a dificuldades imensas e vencer batalhas. E isso não se faz sem empatia, paciência, criatividade, experimentação, estímulos, persistência… Recorrendo a Nietzsche:humano, demasiado humano.

Em times e squads, é comum um gestor ter de gerir pessoas sobre as quais não tem nenhuma autoridade formal. Por isso, mais do que nunca, soft skills são necessárias para despertar o que há de melhor nas pessoas, captar sua atenção, convencê-las, motivá-las e mantê-las no jogo. Na KER, chamamos esse esforço de inovação colaborativa, um jeito de unir mentes em torno de um propósito e usar a inclusão e a diversidade como alavancas para transformar a organização, o mercado, o planeta, o futuro.

O talento de diferentes músicos é que faz a beleza de uma orquestra.

Seja em um projeto de redução de custos, seja em um projeto de mandar o homem (ou a mulher) ao espaço, seja em equipes de 3 ou em equipes de 10 mil, nunca podemos perder de vista que estamos falando de pessoas, cada uma com a sua singularidade, seus sonhos, crenças, valores, timing. Numa equipe, todas desempenham um papel importante. O terceiro homem foi fundamental para dar suporte ao primeiro e ao segundo. E para dar suporte à missão, milhares colaboraram.

Por isso, equipes não podem ser um simples ajuntamento de pessoas.

É importante ter critério, metodologia e sensibilidade na sua formação. Levantamentos da HBR mostram que “10% concordam com a composição do seu time” (Diane Coutou- HBR, 2009) e “75% da equipe multifuncional é disfuncional” (Behnam Tabrizi, HBR, 2015). Mecanismos para conectar e engajar pessoas fazem toda a diferença. As ferramentas desenvolvidas pela KER Innovation e que compõem a metodologia para se chegar à inovação colaborativa levam em consideração essas e outras questões.

Quantos “terceiros homens”, embora com papeis críticos, ficam totalmente anônimos e invisíveis nos pequenos e grandes feitos nas empresas?

Para terminar

Para tocar a alma e o coração das pessoas, gestores precisam mais do que quadros de missão, visão e manuais de compliance. Se formos capazes de fazer as pessoas se apaixonarem pelo propósito e trabalharem juntas, elas poderão começar a pensar diferente, arriscar suas carreiras, arregaçar as mangas e implementar ideias que podem literalmente mudar o nome do jogo.

Afinal, num mundo de mudanças rápidas e incertezas, apenas grandes inovações serão capazes de criar riqueza.

Quer conhecer mais sobre inovação colaborativa e como implementá-la na sua empresa?

Marque um bate papo com nossa equipe. Teremos prazer em conversar com você.

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Em tempo: Como o ESG implica em uma mudança cultural, a inovação colaborativa é aplicável na conscientização e implantação de projetos ESG.

#inovacao #colaboracao #inovacaocolaborativa #pessoas #felicidade #desenvolvimentodepessoas #apollo11 #terceirohomem #missaoalua

A bioengenharia tem potencial para influenciar a economia mundial e alterar as estruturas políticas, econômicas, sociais e éticas, fortalecendo a tese de que a inovação é um jogo infinito. O impacto das mudanças provocadas pode chegar a US$ 4 trilhões por ano a partir de 2030.

Aplicar princípios da engenharia aos seres vivos para resolver alguns dos problemas mais desafiadores do mundo atual é o principal alvo da bioengenharia. Ao lado da inteligência artificial, Web 3.0, Computação quântica e 6G, será uma das áreas que pode mudar o curso da história da humanidade.

Esta é uma das conclusões do relatório Tech Trends Report 2023, produzido pela futurista Amy Webb e apresentado no maior evento de inovação do mundo, o SWSX, que está acontecendo em Austin – Texas, de 10 a 19 de março.

Segundo o relatório, as inovações da bioengenharia estão concentradas em cinco áreas: biomoléculas, biomateriais, biocomputação e interfaces que combinam biologia e máquinas. Muitas oportunidades serão geradas nas áreas da saúde, agricultura, alimentação, beleza, química, sustentabilidade, energia e setores de produção de material, entre outras. 

Mas, não só a bioengenharia, outras tecnologias emergentes trarão impactos para seu negócio, cedo ou tarde. Em suas apresentações, Mauro Carrusca, um profissional de engenharia eletrônica e estudioso de tecnologias emergentes, que possui um extenso currículo e vivência em segmentos diversos, mostra que o momento para conhecer aplicações e discutir sobre como se preparar para incorporá-las em suas estratégias é agora.

Conheça mais sobre inovação como um jogo infinito, inovação colaborativa e outros temas abordados por Mauro Carrusca. Veja também nossos workshops, vivências e eventos.

#bioengenharia #ia #iot #web3 #swsx #tecnologiasemergentes #inovacaocolaborativa

Com o apagar das luzes de 2022 vem o quase impositivo momento do balanço. O texto Versões de mim, de Luis Fernando Verissimo, é uma deliciosa inspiração para fazermos isso. São reflexões que nunca ficam desatualizadas.

Com seu costumeiro traço irônico, Verissimo nos conduz a uma oportuna viagem para entendermos o que fizemos e como atingimos os objetivos, o que não fizemos e os porquês, o custo positivo e negativo de nossas metas e seus reflexos na nossa vida, na nossa saúde, nos nossos relacionamentos.

E, de forma brilhante, conclui:

“Creio que a vida não é feita das decisões que você não toma, ou das atitudes que você não teve, mas sim, daquilo que foi
feito. Se bom ou não, penso, é melhor viver do futuro que do passado.

‘Porque tudo vale a pena, se a alma não é pequena.’”

Leia aqui o texto na íntegra. Vale muito a reflexão.

Versões de mim

Luis Fernando Verissimo

Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.

Ah, se apenas tivéssemos acertado aquele número (unzinho e eu ganhava a sena acumulada), topado aquele emprego, completado aquele curso, chegado antes, chegado depois, dito sim, dito não, ido para Londrina, casado com a Doralice feito aquele teste… Agora mesmo, neste bar imaginário em que estou bebendo para esquecer o que não fiz – aliás, o nome do bar é Imaginário -, sentou um cara do meu lado direito e se apresentou:

– Eu sou você, se tivesse feito aquele teste no Botafogo.

E ele tem mesmo a minha idade e a minha cara. E o mesmo desconsolo.

– Por quê? Sua vida não foi melhor do que a minha?

– Durante um certo tempo, foi. Cheguei a titular. Cheguei à seleção.

Fiz um grande contrato. Levava uma grande vida. Até que um dia…

– Eu sei, eu sei… – disse alguém sentado ao lado dele.

Olhamos para o intrometido… Tinha a nossa idade e a nossa cara não parecia mais feliz do que nós. Ele continuou:

– Você hesitou entre sair e não sair do gol. Não saiu, levou o único gol do jogo, caiu em desgraça, largou o futebol e foi ser um medíocre propagandista.

– Como é que você sabe?

– Eu sou você, se tivesse saído do gol. Não só peguei a bola como me mandei para o ataque com tanta perfeição que fizemos o gol da vitória. Fui considerado o herói do jogo. No jogo seguinte, hesitei entre me atirar nos pés de um atacante e não me atirar. Como era um herói, me atirei…

Levei um chute na cabeça. Não pude ser mais nada. Nem propagandista. Ganho uma miséria do INSS e só faço isto: bebo e me queixo da vida. Se não tivesse ido nos pés do atacante…

– Ele chutaria para fora. Quem falou foi o outro sósia nosso, ao lado dele, que em seguida se apresentou:

– Eu sou você se não tivesse ido naquela bola. Não faria diferença.

Não seria gol. Minha carreira continuou. Fiquei cada vez mais famoso, e com fama de sortudo também. Fui vendido para o futebol europeu, por uma fábula.

O primeiro goleiro brasileiro a ir jogar na Europa. Embarquei com festa no Rio…

– E o que aconteceu? – perguntamos os três em uníssono.

– Lembra aquele avião da Varig que caiu na chegada em Paris?

– Você..

– Morri com 28 anos.

– Bem que tínhamos notado sua palidez.

– Pensando bem, foi melhor não fazer aquele teste no Botafogo…

– E ter levado o chute na cabeça…

– Foi melhor – continuei – ter ido fazer o concurso para o serviço público naquele dia. Ah, se eu tivesse passado…

– Você deve estar brincando! – disse alguém sentado a minha esquerda.

Tinha a minha cara, mas parecia mais velho e desanimado.

– Quem é você?

– Eu sou você, se tivesse entrado para o serviço público.

Vi que todas as banquetas do bar à esquerda dele estavam ocupadas por versões de mim no serviço público, uma mais desiludida do que a outra.. As consequências de anos de decisões erradas, alianças fracassadas, pequenas traições, promoções negadas e frustração. Olhei em volta. Eu lotava o bar. Todas as mesas estavam ocupadas por minhas alternativas e nenhuma parecia estar contente. Comentei com o barman que, no fim, quem estava com o melhor aspecto, ali, era eu mesmo. O barman fez que sim com a cabeça, tristemente.

Só então notei que ele também tinha a minha cara, só com mais rugas..

– Quem é você? – perguntei.

– Eu sou você, se tivesse casado com a Doralice.

– E…?

Ele não respondeu. Só fez um sinal, com o dedão virado para baixo…

Creio que a vida não é feita das decisões que você não toma, ou das atitudes que você não teve, mas sim, daquilo que foi feito. Se bom ou não, penso, é melhor viver do futuro que do passado.

“Porque tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

 

Desejo que em 2023 você viva cada segundo do presente e, imaginando o futuro, busque implementá-lo no presente.

Feliz 2023!

Por Mauro Carrusca

O projeto IMED Lives traz nesta semana o assunto “Princípios de Inovação: Como inovar em Saúde?”. A live vai discutir a importância do alinhamento de colaboradores e parceiros no processo de inovação do IMED Group.

O evento contará com as participações de Dr. André Nunes, diretor da IMED, Dra. Erika Leal, plantonista e membro do time de inovação IMED, Mauro Carrusca, CEO da KER Innovation e Márcia Vieira, gestora de projetos de inovação na KER.

O projeto de inovação do IMED Group está sendo conduzido pela KER Innovation. Márcia Vieira, gestora do projeto, destaca que a maneira encontrada para conectar todo mundo com a inovação foi desenvolver um processo colaborativo para, a partir da visão, sentimentos e aspirações genuínas dos colaboradores, entender o significado da inovação para a empresa e redigir seus princípios norteadores.

Segundo Márcia, a Carta de Princípios de Inovação funciona como uma bússola que aponta para o futuro e alinha todos de maneira simples e poderosa sobre o “porquê e o “como fazer” inovação na empresa.

Além disso, a carta de princípios orientará escolhas e decisões ágeis quanto aos projetos, evitando que se percam de vista aspectos fundamentais e pontos inegociáveis. E será uma referência para novos colaboradores, médicos associados e parceiros que se integrarem à equipe Imed e aos processos de inovação na empresa.

Participe! Acesse a live pelo Instagram na página do IMED Group. Será na próxima quarta, dia 7 de dezembro, às 20:30h.

Estamos completando 29 anos e nosso pique para nos reinventar continua nas alturas. Aliás, reinventar é o nosso verbo, por excelência.

Novas parcerias e duas novas verticais: ESG e KER Academy chegam para incrementar nossa linha de fazer inovação de forma colaborativa.

Iniciamos nossa jornada com o propósito de ajudar organizações a pensar diferente. E não conseguiríamos chegar tão longe se não tivéssemos ajudado muitos executivos e organizações a seguir esse preceito: pensar e agir diferente todos os dias!

A Plataforma KER é a nossa grande âncora para fazer uma gestão da inovação que inclui, engaja e valoriza as pessoas. Nosso lema é justamente unir cérebros para reimaginar, reenquadrar, construir, transformar, validar e valorizar ideias, projetos e negócios.

Isso é o que nos mantém vivos, atualizados com os desafios do nosso tempo e com a energia de sempre para ajudar nossos clientes e parceiros a transformar negócios e criar novas experiências.

Uma série de posts enfocando temas como Reinvenção, Colaboração, Entusiasmo e Criatividade foi criada para destacar este marco tão importante para nós.

Conte com a KER para começar ou para continuar inovando.

Confira a campanha!

Neste post, Mauro Carrusca usa uma linguagem simples e direta, sem tecniquês ou corporativês, para mostrar um contraponto entre os cuidados exigidos pela terra, como preparar, cultivar e colher com as demandas impostas à startup para que ela possa prosperar.

Desenvolver um novo negócio assim como iniciar algum tipo de cultivo não é trivial. O ímpeto, a vontade, o entusiasmo são muito importantes, mas a plantação não vinga sem cuidados especiais. Entre eles estão a preparação adequada do solo, adubação e irrigação necessárias ao cultivo escolhido. E para o negócio não é diferente. Uma ideia inovadora, consistente e aderente às demandas do mercado, uma equipe multidisciplinar e um planejamento cuidadoso para execução são também pontos muito importantes.

Mas, em ambos os casos, o sucesso está muito relacionado a como nos preparamos para as adversidades e intempéries. Clima, seca, pragas, produto substituto, concorrência, financiamentos, quebras na equipe entre outros tantos problemas importam muito.

O ponto-chave é como reagimos a elas. Por isso, dedicação, trabalho duro e capacidade de reação são cruciais.

“O documento da terra não vai lhe dar mais milho, nem feijão. Não vai botar comida na nossa mesa. (…) Está vendo esse mundão de terra aí? O olho cresce. O homem quer mais. Mas suas mãos não dão conta de trabalhar ela toda, dão? Você sozinho consegue trabalhar essa tarefa que a gente trabalha. Essa terra que cresce mato, que cresce a caatinga, o buriti, o dendê, não é nada sem trabalho. Não vale nada. Pode valer até para essa gente que não trabalha. Que não abre uma cova, que não sabe semear e colher. Mas pra gente como a gente a terra só tem valor se tem trabalho. Sem ele a terra é nada.”

Esse trecho, retirado do livro “Torto Arado” (2018) – Itamar vieira Junior (Vencedor dos prêmios Oceano e Jabuti), na minha concepção é uma obra prima pelo jogo de palavras e significado que o autor conseguiu expressar. A leitura me remeteu imediatamente à saga (muitas vezes espetaculosa) que envolve a formação e desenvolvimento de startups. Sobre esse propósito, publiquei em 25/09/2017 o artigo (https://keroinovar.com.br/startups-um-novo-mundo-dentro-do-velho-mundo/) no qual falei sobre os sonhos e desafios do mundo empreendedor e também sobre o conceito de startup.

O que esse trecho belíssimo e visceral tem a ver com o artigo mencionado, aliás publicado um ano antes desse livro?

Poderia sintetizar a resposta em duas palavras: dedicação e trabalho.

Digo isso pela minha longa vivência no meio, tendo participado de inúmeras discussões (mentorias e avaliações), com os próprios empreendedores sobre o sonho de se tornar mais um “pop star” do empreendedorismo e se transformar em um unicórnio em tempo recorde (ou seja, sua startup atingir o valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares). Todo esse glamour será atingido de forma “exponencial” (para usar uma palavra da moda) a partir de sua ideia que, na concepção do time de empreendedores, via de regra, é “totalmente disruptiva”.

O sucesso não chega por acaso

Voltando ao trecho do livro, uma personagem luta para conseguir o documento da posse da terra (não que esse não seja importante). Mas o narrador traz a reflexão de que é preciso algo mais. É preciso “trabalhar a terra”, dedicar trabalho, semear, cultivar, cuidar, tirar as ervas daninhas para só então colher seus frutos. E diz mais: sozinho não se chega a lugar nenhum. Todo mundo sabe que é o trabalho de muitos que gera boas colheitas.

Há uma expressão que gosto muito de usar: o cemitério está cheio de boas ideias.

A mensagem que gostaria de deixar é que, assim como a terra sem trabalho e sem várias mãos ajudando no seu cultivo só nasce mato, uma boa ideia sem um time de empreendedores não chega a lugar nenhum. É necessário incluir mais mãos e cérebros para colaborativamente, desenvolverem ainda mais a ideia e seu propósito. A busca por network, eventos, apoio financeiro e aceleração (funding) são evidentemente importantes. Mas sem o trabalho árduo de alavancar e tornar o negócio real, a partir da ideia inicial, a coisa não vai. Afinal, quem vai investir ou apoiar um nada?

Power-point bonito não garante emissão de nota fiscal.

Para ser realmente um startup é necessário um grupo coeso, que saiba pensar e trabalhar horizontalmente, dando importância a cada cérebro e tendo em mente que uma ideia trabalhada passa a ser de todos. Isso é colaboração.

Desta forma, acredito no sucesso do empreendimento e que possa satisfazer o conceito inerente a uma startup que é ter uma ideia de valor, com uma proposta de valor significativamente diferente e que alcance um número muito grande de clientes e de forma muito rápida.

Caso contrário, o cemitério de boas ideias passa a ser o destino iminente.

Crédito: Foto Rodolfo Clix no Pexels

Mauro Carrusca

Estrategista em Inovação e Empreendedorismo pela Babson College – USA. Conselheiro de Empresas em Inovação e Visão de Futuro. Evangelista em ESG através da Inovação Colaborativa.  Ex-executivo e consultor da IBM Silicon Valley (USA) e IBM Brasil. CEO, VP de AgTech da SUCESU Minas e founder da KER INNOVATION. (https://www.linkedin.com/in/maurocarrusca/).

Te convidamos a navegar pelo site para conhecer o conceito de Inovação Colaborativa e acessear outros artigos e posts.

O Leilão 5G abriu novas e importantes perspectivas para impulsionar vários setores e também impactar a agenda ESG no país. Conectividade, streaming, telemedicina, veículos autônomos… tudo muda com o 5G. Mas, antes de mais nada é preciso que fique claro que o 5G não é uma evolução do 4G. É uma nova tecnologia que vai impulsionar de vez a conectividade no Brasil. Veja abaixo por que.

Vamos entender melhor

Na nomenclatura XG, esse “G” é de geração e, quando se trata de tecnologia, isso evolui muito rápido. Veja que no início dos anos 2000 foi lançada a terceira geração de rede móvel (3G) que, em 2018, atingiu uma velocidade média de pouco acima de 8,82 Mb/s . Hoje essa rede cobre praticamente todo território nacional, de acordo com a ANATEL. 

10 anos depois já era lançada a geração 4G (rede LTE – Long Term Evolution), que melhorou principalmente a velocidade de conexão e o tráfego de dados. Isso permitiu, por exemplo, assistir vídeos em tempo real nos celulares. Para se ter uma ideia dessa evolução, a velocidade da rede 4G é mais que 2 vezes à da 3G, atingindo uma média de 19,8 Mb/s. Segundo o Ministério das comunicações, já em julho/21 teremos a disponibilidade (nas capitais) da quinta geração de rede móvel, ou 5G.

O 5G significa um salto exponencial

Repetindo, o 5G não é uma evolução do 4G e o salto será exponencial, pois essa tecnologia entrega uma velocidade de conexão 100 vezes maior que o 4G. Ou seja, saltamos de 19,8 Mb/s para 10 Gb/s (cada Gigabit/s corresponde a 125 Megabytes/s).

E não é somente a velocidade que será impactada. O 5G permitirá também uma maior capacidade de banda larga, mais dispositivos conectados ao mesmo tempo (show para IoT!), utilização de streaming com alta qualidade, menor tempo de latência (também conhecida como Ping).

Com isso, as conexões de baixa latência vão permitir inúmeras possibilidades. Além de um tempo de respostas em tempo real, traz benefícios para a telemedicina, fones de ouvidos, óculos de realidade aumentada, movimento instantâneo de um sistema de direção automática e comunicações entre carros autônomos (tanto carros comuns como veículos autônomos destinados ao agronegócio), serviços de inteligência artificial e nuvem, entre outros.

Entre todos os setores da economia que serão beneficiados por essa tecnologia, o agronegócio, sem nenhuma dúvida, é um dos principais e está rindo à toa. Um segmento fundamental da economia brasileira terá agora um mundo de oportunidades para o “agronegócio de precisão” e a possibilidade de consolidar o Brasil como o “restaurante do mundo”.

Números significativos foram obtidos no leilão – mais de R$ 47 bilhões arrecadados -, sendo que aproximadamente R$ 40 bilhões serão revertidos em investimentos para ampliar a infraestrutura de conectividade no Brasil.

E mais…

Em pleno hype do ESG, que convida as empresas a melhores práticas em três pilares: preocupações ambientais, responsabilidade social e uma governança com destaque especial para práticas mais transparentes, esse leilão significa impulsionar o desenvolvimento econômico do setor do agro pelo avanço na conectividade, geração de empregos, impostos e, principalmente, a inclusão digital que, por sua vez, tem tudo a ver com pilar social do ESG.

Uma das tecnologias que mais se beneficiarão com o 5G é a IoT (Internet das Coisas). Recomendo a leitura do artigo 7 Ways the IoT Makes Farming More Precise que mostra como essa tecnologia pode consolidar a agricultura e a pecuária de precisão. 

Mauro Carrusca é estrategista de inovação e empreendedorismo e CEO da KER Innovation.

É Engenheiro Eletrônico, Professor e Especialista em Inovação e Empreendedorismo pela Babson College – USA.
Conselheiro de Empresas em Estratégia de Inovação e Visão de Futuro. Estrategista em ESG através da inovação colaborativa. Foi executivo e consultor da IBM – USA (Silicon
Valley) e IBM Brasil. CEO e founder da KER Innovation. Atua como Vice-presidente de AgTech da SUCESU Minas, membro do Conselho de Inovação da ACMINAS e do Conselho de
Presidentes MG e consultor da FGV. Idealizador da Plataforma KER – modelo de gestão colaborativo. Um dos realizadores do movimento de inovação aberta IDEAS FOR MILK da EMBRAPA. Idealizado do 1º coletor de dados nacional. Palestrante em eventos nacionais e internacionais.
Coautor do livro “Pinceladas de Inovação”.